RECUPERAÇÃO
DE SOCARIAS DE CANA-DE-AÇÚCAR COM O USO DE CALCÁRIO E GESSO EM SOLOS ARENOSOS
DO SUL DO ESTADO DA PARAÍBA.
FRANCISCO EVANDRO ALBINO (1)
LUIZ CARLOS MILLER (2)
RESUMO:
O experimento foi conduzido especificamente para estudar a recuperação de
soqueiras em solos arenosos com baixo nível de fertilidade. Nele foram testados
gesso e calcário com a finalidade de ajustar a sua fertilidade em padrões
adequados que garantissem um bom desenvolvimento da cultura. As análises de
solo, realizadas após o primeiro ano de teste, revelaram desequilíbrio entre Ca
e Mg nas profundidades estudadas para os tratamentos com o gesso, não ocorrendo
o mesmo quando utilizou-se calcário. Essas ocorrências atuaram sobre a
produtividade de colmos fazendo com que os tratamentos com calcário e calcário
mais gesso apresentassem produtividades superiores àquelas observadas nos
tratamentos onde utilizou-se apenas gesso.
SUMMARY: This trial was carried out
in order to evaluate the opportunity of recuperating yield in ratoon cane, grown
in sandy soil, with low fertility. It was used lime and gypsum to adjust soil
fertility to fully sufficient patterns, that could give the crops conditions
enough to grow. Soil analyses, done after last year trial crop, showed that
gypsum increased the content of Mg in the deeper horizons, and it was not
observed when using lime and lime plus gypsum. The stalks yield was affected
when soil received only gypsum application, while lime and lime plus gypsum
application showed more significant yields.
Palavras
chaves: cana-de-açúcar, recuperação de soqueiras, gesso, calcário.
INTRODUÇÃO:
A mais atualizada tecnologia,
aplicada na produção de cana-de-açúcar, estabelece que a aplicação de
corretivos como fonte de nutrientes e correção da acidez do solo, seja
realizada por ocasião do preparo de solo para o plantio dessa cultura.
Eventualmente, por razões adversas, a gestão dessa tecnologia pode ser
negligenciada e o plantio ser processado sem que os solos das áreas destinadas
ao plantio passem necessariamente por esse ajuste da fertilidade. A
concomitância com o preparo mecânico do terreno proporciona melhor incorporação
do produto, intensificando as interações do complexo de troca do solo nas
camadas onde o crescimento radicular acontece com maior intensidade (MARINHO
& ALBUQUERQUE, 1981). Essas condições de troca são mais favoráveis quando o
pH do solo encontra-se dentro do intervalo de 5,5 a 6,5. Neste intervalo, os
nutrientes do solo com importância para a nutrição dos vegetais encontram-se
mais disponíveis para que as plantas possam assimilá-los em maiores quantidades
e transformá-los em melhores produtividades (ALCARDE, 1984, SILVA et al.,1994).
Uma incorporação
bem homogênea do corretivo nas camadas superiores (0 a 30 cm) é muito
importante, uma vez que entre 45 e 55 % das raízes da cana encontram-se
explorando essa porção do terreno cultivado (DALBÓ et al.,1986a). Ainda que o
uso de corretivos e condicionadores de solo proporcionem a elevação do pH, dos
elementos cálcio e magnésio e da saturação de bases, deixando contrapartida a
redução dos teores de alumínio e hidrogênio, algumas vezes não são observadas
respostas da cultura à esta prática porque o clima em determinadas situações
tem uma interferência negativa sobre o crescimento vegetativo, comprometendo a
avaliação dos efeitos do uso desses produtos.
A elevada demanda por água para
garantir o seu desenvolvimento, faz com que a planta tenha que explorar maiores
profundidades do solo para a sua obtenção, especialmente em regiões onde a
deficiência hídrica é um evento sempre presente. Essa limitação do crescimento
das raízes pode estar associada prioritariamente à falta de cálcio nas camadas
mais profundas do que ser devida à toxidade promovida pela presença do alumínio
nessa região (RITCHEY et al., 1982) e (DALBÓ et al.,1986a).
Para fazer com
que o cálcio seja conduzido para essas camadas mais profundas é recomendada a
aplicação de gesso em razão de sua maior solubilidade. Entretanto as evidências
experimentais são contraditórias. Enquanto alguns trabalhos evidenciaram
resultados satisfatórios com a utilização de gesso em mistura com o calcário,
obtendo produtividades satisfatórias com as culturas testadas (MORELLI et al.,
1992 e SILVA et al., 1998), outros trabalhos experimentais deixaram de mostrar
essas mesmas evidências (AZEREDO et al., 1996 e DALBÓ et al., 1986).
Evidentemente essas considerações
são verdadeiras se forem adotados os procedimentos preconizados pelas
recomendações agronômicas inicialmente discutidas. Não é o caso deste trabalho
especificamente. Aqui os procedimentos adotadas para a realização do plantio
ficaram em desacordo com as recomendações agronômicas atuais. Neste caso
adotou-se a experimentação local como ferramenta para uma avaliação pontual, na
busca de resultados, direcionados para a solução dessa não conformidade quanto
às normas definidas para o uso de corretivos no solo.
Este trabalho foi
realizado com a finalidade de avaliar a possibilidade de recuperação de
significativas áreas com plantio comercial, que em anos anteriores deixaram de
receber calcário quando foram plantadas. Para esta avaliação foram eleitos o
calcário e o gesso como fontes dos elementos indicados para a correção e
condicionamento do solo.
MATERIAL E
MÉTODOS
O experimento foi instalado em uma
área de soqueira após segundo corte da variedade NA 56-79, plantada em solo
Latossolo Vermelho Amarelo (LVa), de textura média (FIGUEREDO FILHO et al.,
1996), onde não havia sido aplicado calcário por ocasião do plantio do canavial
e foi acompanhado por dois anos seguidos, durante os terceiro e quarto cortes.
O solo do local utilizado para a implantação do experimento apresentava a
composição química constante da Tabela 1, conforme amostragem realizada antes
da instalação do experimento. O delineamento estatístico foi de blocos ao acaso
com quatro repetições e 8 tratamentos, conforme descrito na Tabela 2.
TABELA 1.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO SOLO DA ÁREA ESCOLHIDA PARA A IMPLANTAÇÃO DO EXPERIMENTO.
Profundidades (cm) |
Profundidades (cm) |
|
0 – 20 |
20 - 40 |
|
pH (em H2O) |
5,40 |
5,30 |
P (mg/Kg) |
15,00 |
6,87 |
Ca (mmolc/kg) |
4,00 |
0,90 |
Mg (mmolc/kg) |
2,50 |
0,70 |
Al (mmolc/kg) |
5,00 |
5,60 |
SB (mmolc/kg) |
6,50 |
4,10 |
CTC (mmolc/kg) |
32,40 |
27,80 |
V(g/Kg) |
185,20 |
147,50 |
A aplicação do calcário e gesso foi
realizada manualmente nas entrelinhas da cultura seguida por incorporação leve
com cultivador de discos. Todos os tratamentos receberam a aplicação de
fertilizante N-P-K (Sulfato de Amônio Superfosfato Simples e Cloreto de
Potássio) na linha de cana, na dosagem de 600 kg/ha da fórmula 14-04-18, nos
dois anos de acompanhamento do efeito do calcário e do gesso sobre o
comportamento da produtividade do canavial na área experimental.
TABELA 2.
DESCRIÇÃO DOS TRATAMENTOS REALIZADOS E RESPECTIVAS QUANTIDADES DE INSUMOS
APLICADOS.
Tratamentos |
Insumos e Quantidades |
||
Calcário (t/ha) |
Gesso (t/ha) |
Fert.14-04-18(kg/ha) |
|
1. Testemunha |
0 |
0 |
600 |
2. Calcário |
1 |
0 |
600 |
3. Calcário |
2 |
0 |
600 |
4. Calcário |
3 |
0 |
600 |
5. Gesso |
0 |
1 |
600 |
6. Gesso |
0 |
2 |
600 |
7. Gesso |
0 |
3 |
600 |
8. Calcário + Gesso |
2 |
2 |
600 |
A colheita do segundo corte
aconteceu em 13/10/93 e os cortes subseqüentes ocorreram em 17/10/94 e 18/10/95
. A aplicação do calcário e do gesso foi realizada em 16/11/93, juntamente com
a adubação para a realização do terceiro corte, tendo a adubação para a
efetivação do quarto corte ocorrido em 25/10/94.
RESULTADOS E
DISCUSSÃO
O uso de calcário e de gesso
proporcionou um aumento nos teores de cálcio e de magnésio no solo e promoveu
um aumento de produtividade da cultura em toneladas de cana por hectare, quando
as comparações tiveram a testemunha como referência. Entretanto, quando
comparadas as duas fontes, ficou evidente a maior efetividade da atuação do
calcário, tanto na produtividade de cana, quanto na elevação dos teores de
cálcio e magnésio no solo (Tabela 3).
O
calcário apresentou reações mais equilibradas e maior coerência para o aumento
dos teores de cálcio e magnésio no solo nas duas profundidades analisadas.
Esses aumentos nos teores foram crescentes quando relacionados com o aumento
das quantidades aplicadas do produto. Por outro lado o gesso promoveu um
sensível deslocamento tanto de cálcio, quanto de magnésio em profundidade.
Quando o mesmo foi aplicado juntamente com o calcário, esse deslocamento foi
reequilibrado, repetindo observações de outros trabalhos já publicados sobre o
tema (MORELLI et al. 1992, SILVA et al.,1998). Esse deslocamento em profundidade foi crescente
acompanhando o aumento da quantidade aplicada de gesso. Na sua maior dosagem (
3 t/ha) os teores de cálcio e magnésio apresentaram valores invertidos para as
duas profundidades analisadas. Os valores observados nesses tratamentos que
receberam apenas a aplicação de gesso apresentaram distorções significativas,
quando comparados com aqueles dos tratamentos que receberam apenas aplicações
de calcário ou de calcário aplicado juntamente com o gesso.
Atividade
semelhante do gesso, promovendo a movimentação intensa dessas bases no perfil
do solo, também foi observada em outros trabalhos conduzidos com a cultura da
cana-de-açúcar e foi associada à solubilidade dos compostos contidos nos
produtos utilizados, os quais foram responsabilizados pela mobilidade
diferencial de bases no solo (DALBÓ et al. 1986b).
Os
valores contidos na Tabela 3 mostram que as relações Ca/Mg observadas no solo
na profundidade de 0 a 20 cm apresentaram uma grande amplitude, variando entre
1,70:1 até 6,66:1, incluindo, portanto, dentro desses limites observados, as
relações 3:1 ou 4:1, freqüentemente indicados para a cultura da cana-de-açúcar
(MARINHO et al.,1983). Entretanto,
indicações técnicas mostram que as recomendações para o ajuste da relação Ca/Mg
para valores entre 3 e 4 para 1 não encontram nenhuma sustentação experimental
(RAIJ, et al.,1997). Ao contrário,
ainda segundo o mesmo autor, avaliações experimentais, tanto nacionais quanto
internacionais, têm tornado evidente que a relação Ca/Mg é um parâmetro de
pouca importância para a produção das plantas cultivadas. Assim, essa relação
pode situar-se num intervalo bastante amplo, variando desde 0,5:1 até 30:1,
entendendo ser necessário que os teores desses elementos no solo fiquem acima
dos níveis estabelecidos como de deficiência.
Contudo,
os resultados observados neste trabalho, mostrou que a relação Ca/Mg na faixa
de 2,0 a 2,5:1 observada na camada de 0 – 20 cm foi capaz de promover os melhores
ganhos de produtividade, conforme pode ser constatado na Figura 1.
Fig. 1. RELAÇÃO
ENTRE A PRODUTIVIDADE MÉDIA DE DOIS CORTES E A RELAÇÃO Ca/Mg NO SOLO APÓS O
PRIMEIRO ANO DE ACOMPANHAMENTO DO ESTUDO.
TABELA 3. TEORES
DE CÁLCIO E MAGNÉSIO (mmolc/kg) EM DUAS PROFUNDIDADES E AS
CORRESPONDENTES PRODUTIVIDADES MÉDIAS DOS DOIS CORTES AVALIADOS.
Tratamentos |
Quantidade (ton.) |
Profundidade |
Teores no solo |
Produtividade. (t/ha) |
||
Calcário |
Gesso |
(cm) |
Ca+2 |
Mg+2 |
||
01 |
0 |
0 |
0-20 |
4,00 |
0,90 |
85,38 |
20-40 |
3,00 |
0,30 |
||||
02 |
1 |
0 |
0-20 |
6,00 |
0,90 |
89,84 |
20-40 |
4,00 |
0,70 |
||||
03 |
2 |
0 |
0-20 |
16,00 |
8,10 |
93,18 |
20-40 |
5,00 |
1,10 |
||||
04 |
3 |
0 |
0-20 |
27,00 |
10,10 |
94,34 |
20-40 |
7,00 |
1,70 |
||||
05 |
0 |
1 |
0-20 |
16,00 |
9,60 |
89,05 |
20-40 |
2,00 |
0,30 |
||||
06 |
0 |
2 |
0-20 |
8,00 |
3,40 |
90,74 |
20-40 |
3,00 |
0,70 |
||||
07 |
0 |
3 |
0-20 |
4,00 |
0,90 |
88,07 |
20-40 |
17,00 |
8,80 |
||||
08 |
2 |
2 |
0-20 |
12,00 |
6,40 |
94,53 |
20-40 |
5,00 |
1,30 |
A produtividade de cana (ton/ha) foi
influenciada pela aplicação de calcário, gesso e pela mistura de calcário e
gesso (Figuras 2 e 3).
Fig. 2. RESULTADOS OBSERVADOS PARA OS
TRATAMENTOS QUE RECEBERAM APENAS CALCÁRIO POR OCASIÃO DO CULTIVO. LETRAS IGUAIS
NÃO SÃO SIGNIFICATIVAMENTE DIFERENTES AO NÍVEL DE 5% DE PROBABILIDADE PELO
TESTE DE TUKEY.
Quando
recebeu apenas aplicação de gesso, a produtividade apresentou um comportamento
mais errático, deixando de repetir o comportamento que fora apresentado pelos
tratamentos que receberam calcário. Contudo, os tratamentos, onde apenas o
gesso foi utilizado, apresentaram produtividades superiores àquela apresentada
pela testemunha.
Fig. 3. RESULTADOS OBSERVADOS PARA OS
TRATAMENTOS QUE RECEBERAM APENAS GESSO POR OCASIÃO DO CULTIVO. LETRAS IGUAIS
NÃO SÃO SIGNIFICATIVAMENTE DIFERENTES AO NÍVEL DE 5% DE PROBABILIDADE PELO
TESTE DE TUKEY.
Os
dados deixam evidente a importância das fontes de cálcio e magnésio para o
desenvolvimento das plantas. A produtividade (Tabela 4) cresceu na razão direta
do aumento dos teores de cálcio e magnésio na profundidade de 0-20 cm. O mesmo
não pode ser dito para as dosagens de gesso, que ao estabelecerem uma certa
desordem na distribuição desses elementos na camada superior do solo,
comprometeram a produtividade.
TABELA
4. RESULTADOS DE TCH OBSERVADOS EM DUAS COLHEITAS E A MÉDIA DOS DOIS CORTES
PARA OS RESPECTIVOS TRATAMENTOS COM GESSO E CALCÁRIO.
Tratamentos |
Colheitas |
Média (t/ha) |
||
Calcário |
Gesso |
30 corte |
40 corte |
|
0 |
0 |
87,44 |
83,30 |
85,38 |
1 |
0 |
94,87 |
84,82 |
89,84 |
2 |
0 |
98,88 |
87,40 |
93,18 |
3 |
0 |
99,36 |
89,33 |
94,34 |
0 |
1 |
91,41 |
86,69 |
89,05 |
0 |
2 |
96,37 |
85,12 |
90,74 |
0 |
3 |
94,32 |
81,83 |
88,07 |
2 |
2 |
98,59 |
90,48 |
94,53 |
As
evidências de que o gesso pode comprometer o desenvolvimento da cana foram
evidenciados em trabalhos testando fontes de cálcio, onde os tratamentos com
gesso foram os que apresentaram os piores resultados para a produção de matéria
seca tanto foliar quanto radicular, provavelmente em razão de desequilíbrios
nutricionais, uma vez que não foi observada a ausência de cálcio nos solos onde
foram realizados os testes (DALBÓ et al. 1986a). Quando misturado ao calcário essa desordem foi minimizada e pode-se
observar uma melhora no comportamento da produtividade. O dados observados no
experimento ora discutido, também apresentaram esse comportamento quando o
gesso fora aplicado juntamente com o calcário, mostrando-se alinhados com
resultados apresentados por outros trabalhos onde também foram utilizados esses
produtos para a avaliação do comportamento agrícola da cana-de-açúcar (MORELLI et al., 1992, DALBÓ et al., 1986a). O melhores resultados de produtividade foram
conseguidos quando os teores de cálcio e magnésio apresentaram valores totais
no solo entre 24,0 mmolc/kg e 37,0 mmolc/kg na
profundidade de 0 a 20 cm, conforme pode ser observado na Figura 4.
Fig. 4. RELAÇÃO ENTRE A PRODUTIVIDADE MÉDIA
DE DOIS CORTES E OS TEORES DE CÁLCIO E MAGNÉSIO NO SOLO APÓS O PRIMEIRO ANO DE
ACOMPANHAMENTO DO ESTUDO.
CONCLUSÕES
A experimentação local oferece
elementos para situações específicas e esse experimento permitiu concluir que
para as condições de solos similares ao local onde o mesmo foi implantado, o
uso da calagem poderia favorecer a retomada da produtividade em soqueiras de
canaviais plantados sem a utilização dessa prática ou para aqueles que,
implantados com os critérios recomendados, apresentarem desbalanceamento dos
níveis de Ca e Mg ainda em estágio economicamente viável. O uso de 2 t/ha de
calcário sobre a soqueira mostrou-se com maior viabilidade técnica,
estabelecendo no solo níveis de cálcio e magnésio suficientes para favorecerem
a produtividade de cana. Os resultados sugerem, para as condições do
experimento, valores na faixa de 24,0 a 37,0 mmolc/kg para a soma de Ca+Mg e 2,0 a 2,5:1 para a relação Ca/Mg,
como parâmetros para a obtenção de melhores respostas de produtividade agrícola
neste tipo de solo. O uso do gesso isoladamente apresentou resultados que
superaram a produtividade apresentada pela testemunha, porém suas respostas
ficaram abaixo daquelas obtidas quando utilizou-se o calcário ou quando o gesso
foi misturado ao calcário.
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